Quando nós conversamos com alguém sobre como começar a se preparar é fácil achar que eles entenderão por que é óbvio que o mundo está indo para o inferno.
Você pode tentar convencer alguém em estar contigo no caso de uma crise se esta pessoa é importante para você (membro da família por exemplo) ou se aquela pessoa tem habilidades que você precisará (algum amigo que é médico mas não sabe nada sobre preparação).
Sim, é claro que a melhor combinação é quando você tem membros na família que já possuem estas habilidades importantes (medicina, conhecimento sobre armas, cultivo de animais e plantas) e você só precisa de uma boa conversa e de certo tempo para colocá-los no caminho da preparação.
O problema é que esta combinação é muito rara e, algumas vezes, mesmo que você tenha a sorte de tê-la, há possibilidade que estas pessoas sejam “inúteis” por não terem condições psicológicas de lidar com um cenário de crise.
Ainda assim, existem atividades para “promover” ou simplesmente “testar” seus amigos e familiares para verificar se eles são bons “candidatos” para o seu grupo de sobrevivência.
É um processo lento, você não pode simplesmente chegar para alguém e dizer para ele que você fortemente acredita que o mundo como conhecemos irá acabar nos próximos anos e que todos nós precisamos estar preparados para isso.
Acampamentos
Não há nada mais simples e valoroso em termos de aprendizagem e checagem de habilidades de alguém (incluindo você) do que alguns dias acampando no mato.
Eu estou falando sobre acampar com barracas simples, com ferramentas e itens necessários apenas e sem arrastar uma camionete cheia de coisas que faça seu acampamento parecer um churrasco no quintal da sua casa.
Como começar fogo, reconhecer diferentes tipos de madeira, como não se matar com um machado enquanto você coleta lenha, pescar, limpar e preparar a comida. Comprar carne no mercado é algo completamente diferente de matar animais e limpá-los para deixá-los comestíveis, para algumas pessoas até mesmo matar peixes é algo que exige um grande esforço.
Uma pessoa pode ter uma nova perspectiva de vida depois de passar a noite deitado em uma barraca durante uma tempestade com a temperatura caindo cada vez mais.
Ao acampar com estes “candidatos” você pode falar com eles sobre quantas pessoas morreram no ano passado por que não estavam conscientes de como tudo é frágil mas ele simplesmente vai pensar que essa mer@# está acontecendo em outro lugar e não com ele.
Mas ele sempre irá lembrar do quão frio era pois ele não tinha as meias certas, sapatos ou saco de dormir. Ou quão difícil é fazer sua própria comida quando está um frio congelante.
História
Nada como experiências reais.
Certa vez eu estava acampando com um amigo em uma montanha próxima à um lago e no meio da noite ele saiu para procurar pelo “banheiro”.
Ele não levou lanterna, andou um pouco demais no meio da mata e claro que depois de terminar seu trabalho descobriu que não tinha ideia de como voltar para as barracas.
Depois de vinte minutos vagando ele gritou e eu acordei, ele estava bem próximo das barracas então eu o trouxe de volta. Um homem desse precisa crescer, tão frágil.
Ele disse que nunca ficou tão assustado assim antes e que não tinha ideia de que “era tão escuro na mata”.
Lição aprendida.
É simples. Aconteceu antes e irá acontecer novamente. E provavelmente será pior.
Como sociedade, nós inventamos ferramentas que permitem que os eventos de colapso sejam cada vez maiores, piores e mais feios.
Nós estamos vivendo em um mundo onde as vítimas são apenas um número, onde existe uma linha tênue entre aqueles que estarão protegidos e escondidos quando uma crise ocorrer e aqueles que morrerão em grandes números.
Você ainda acredita que o governo está aí para cuidar de você? Quando uma crise acontece, a maioria das pessoas será deixada para cuidar de si mesmas e é isso.
Foi assim muitas vezes antes e no futuro isso será ainda pior pois cada vez mais dependemos de sistemas que são frágeis.
Sugira para alguém que é querido para você que leia experiências reais em cenários de crise
Escolha bem seus livros. Por exemplo, algum general que estava envolvido na Segunda Guerra Mundial e escreveu um livro pode lhe ensinar bastante sobre táticas e números, mas um homem que sobreviveu ao holocausto em um campo de concentração pode ensiná-lo muito mais sobre viver e morrer.
Saber como exércitos foram derrotados é interessante, porém saber como um homem sobreviveu se escondendo como um animal é muito mais interessante em termos de sobrevivência.
Filmes, documentários, séries de TV, internet e todo o resto são ótimas fontes de informação e ferramentas para lhe dar as ideias certas, mas experiências reais são sempre melhores.
Se necessário, finja uma queda de energia longa para deixar as pessoas desconfortáveis. Isso não é “ser malvado”, é para mostrar para as pessoas o quanto elas depende das coisas e as consideram garantidas. Sobrevivência é recuperar as habilidades que todos humanos deveriam ter e precisaram por muitos milhares de anos.
Mas como eu mencionei várias vezes antes, existe perigo em se envolver na preparação apenas comprando itens em vez de desenvolver a consciência e conhecimento correto. Aprender o bom senso.
(Julio Lobo - Sobrevivencialista)
Traduzido e adaptado do blog SHTF School.
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