quinta-feira, 18 de maio de 2017

Kit de emergência para o carro (TAG) - Preparado Ep.05

O MAL DA SOCIEDADE ATUAL

Hoje vamos fazer uma pequena reflexão acerca de nossos atos e condutas. Você sabe qual o pior defeito da humanidade em sua era atual? Não, não é a violência, não é o consumismo ou qualquer item “clichê” que você já deve ter ouvido por aí… é algo muito mais estrutural e individual.
Ao analisarmos as bases estruturais da sociedade, observamos que (logicamente) ela é composta por seres individuais, correto? Bom, podemos presumir então que cada ser,em seu pequeno universo de ações, pode contribuir para a realidade a nível global. Julio, chega de teorizações e vamos ao que importa… qual é esse grande mal?
Eu lhes digo, é a terceirização de nossas responsabilidades.
Esse processo danoso sempre existiu na natureza humana, sempre esteve em nossos diálogos locais e em piadas espalhadas ao redor do mundo… a clássica frase “porquê vou fazer se outro pode fazer por mim?” representa exatamente o que quero lhes explicar.
Apesar desse fenômeno estar sempre conosco, este tem sido intensificado pelas facilidades da vida moderna. Hoje temos serviços para TODAS nossas necessidades, da água que você toma até a tosa no seu cachorro… então é simples, entregamos o dinheiro e recebemos a prestação de serviço, fazendo nossa vida ficar muito mais fácil.
O grande problema é que essa conduta não se estende apenas à compra de serviços, mas também chega ao nosso nível ideológico. Vamos elucidar isso:
  • Quantos aqui não votaram ao menos uma vez no candidato “menos pior” das eleições?
  • Quantos não ficaram chocados pelo estado da saúde pública e apenas preferiram desligar a TV para não se “estressarem mais”? 
  • Quantos não ficaram bravos pelo aumento na conta de energia mas pagaram a conta e continuam pagando todos aumentos consequentes?
Isso senhores, por mais que pareça, não é uma “alienação” ou falta de patriotismo. Esta é a conduta onde achamos que todos os problemas do mundo podem ser resolvidos, mas por outras pessoas. Vemos tudo que há de errado e sentamos no nosso sofá pensando… “alguém tem que fazer algo!”.
Agora imaginemos que todos os cidadãos (salvo raríssimas exceções) pensam da mesma forma… e BAM! O que temos? Uma sociedade morna, tolerante e sujeita ao auto controle. Bem vindos à nossa realidade.
Não estou criticando ninguém específico, até porquê somos criados com esta “metodologia” e não vemos uma forma diferente de funcionar…o que é muito conveniente para os governantes. Nada melhor do que termos um bando de pessoas dispostas a pagar impostos e taxas sem ao menos fazer um pequeno estardalhaço. Também não estou vindo com aquele discurso clichê de que “temos que agir”, apenas estou expondo um fato real, e que me preocupa muito.
Não sei se vocês todos sabem, mas é exatamente por isso que no sobrevivencialismo dividimos a sociedade em três grandes categorias:
  • Ovelhas: Indivíduos que “vão com a maré”, estão apenas passando os dias de suas vidas e buscando alcançar aquilo que está na moda ser alcançado. É aquele que se importa apenas com o hoje e pouco quer saber de outras coisas senão o que está acontecendo na novela e quem está ganhando o campeonato de futebol.
  • Lobos: São os malvados da história. Estes conseguem usufruir da inocência das ovelhas e tomam tudo aquilo que conseguem de indivíduos despreparados, pouco lhes importando os aspectos morais ou danos que causam nesse processo. Aqui estão os ladrões, políticos corruptos e toda a classe danosa da sociedade.
  • Cães: Estes meus amigos, são aonde devemos estar. Os cães tem como função proteger seus entes queridos, andarem unidos e serem movidos por coragem, honra e justiça. Os cães são os que estão alertas a todo o ambiente e sabem muito bem como proceder para manterem a integridade de sua família ou “matilha”. Somos nós, os sobrevivencialistas.
Mas lhes digo, ser um “cão” não é fácil. Eu mesmo ainda não posso me considerar um. Porquê? Observe o quão louco (na perspectiva de sobrevivência) são as ações que fazemos todos os dias:
  • Terceirizamos nossa responsabilidade de produzir e ter acesso à energia elétrica. Afinal, é muito melhor deixar uma indústria que não sabemos onde está destruir o ambiente à sua volta para podermos ter nosso video game ligado;
  • Terceirizamos nossa responsabilidade de conseguir água! Todos sabemos o quão importante é a água, mas ainda assim, confiamos que sempre que abrirmos a torneira, a estação de bombeamento mais próxima estará enchendo nossa caixa d’água;
  • Terceirizamos nossa responsabilidade de produzir comida! Não sabemos mais nada do cultivo de alimentos ou criação de animais, pois é mais fácil ir à um mercado e comprar tudo o que precisamos;
  • Terceirizamos nossa defesa! Confiamos que a polícia e entidades governamentais podem nos defender de quaisquer ameaças, mesmo vendo a calamidade que o sistema está e a ineficiência destas mesmas organizações.
Poderia fazer uma lista enorme aqui com as responsabilidades que terceirizamos, que deixamos nas mãos de outras pessoas ou entidades que sabemos muito bem que são falhas e frágeis.
Afinal, se der errado, temos alguém para culpar não é mesmo?
O problema é que se tudo isso vier abaixo, culpar alguém não vai resolver nada.
Meu conselho final é:
Não deixe ninguém tomar conta de sua vida, tome suas ações e seja responsável por elas. Não confie ou dependa totalmente de serviços alheios e continue sempre a buscar formas mais independentes de viver, afinal, se você está de verdade no sobrevivencialismo, de nada adianta comprar dez mil reais em equipamentos e suprimentos importados se você não tem nem a capacidade de desentupir o cano da sua pia.
Até.
Julio Lobo

Sobrevivencialismo para pessoas comuns

Muitas pessoas ao ter seu primeiro contato com o termo “Sobrevivencialismo” acreditam que é algo relacionado a “sobrevivência na selva” ou exclusivamente “preparação para cenários de crise”, esta crença vem do esbarro no assunto, que muitas vezes aparece sendo discutido em vídeos, fóruns e materiais específicos que são publicados por muitos autores, dando a impressão de que todo sobrevivencialista é um mateiro paranoico e pessimista.
Acontece que o buraco é mais embaixo.
O sobrevivencialismo tem mais a ver com sustentabilidade e autossuficiência, e a grande maioria de seus estudos está mais para o dia a dia que para um estado de crise.
Trocando em miúdos, o sobrevivencialismo prático, é uma enorme colcha de retalhos de temas e especialidades que se estudados e praticados elevam a capacidade humana, aumentando suas chances de superar problemas. Além disso, quando aplicado ao dia a dia familiar, abre a possibilidade de uma nova forma de vida, mais critica, criativa, voltada ao natural, muito mais segura.
O sobrevivencialismo também é um equalizador de forças.
O homem comum geralmente é mantido na coleira do estado, escravizado pelo sistema e pela mídia de massa. Não é incomum ver o cidadão de bem ter seus direitos podados arbitrariamente, ser injustiçado e manipulado por empresas sem moral ou levado por propagandas a se endividar, comprando coisas que não precisa, enquanto negligencia outras, que uma hora ou outra podem salvar sua vida.
O potencial estratégico do sobrevivencialismo para o cidadão comum é imenso e afeta diretamente o sistema, criando no mínimo, uma divisão de logística e suprimentos totalmente off grid, fora do sistema e pessoal.
Vou dar um exemplo de como isso funciona:
A família planta uma horta, em vasos ou numa terrinha ali no quintal, a ideia é ter algum alimento em casa caso um evento de crise ocorra. Um ano se passou e não houve nenhuma crise que afetasse esta família no período. A horta rendeu colheitas, verduras, legumes que foram consumidos. Com isso o cidadão se alimentou melhor com os orgânicos que colhe, desenvolveu habilidades relacionadas a produção de alimentos, ele também gastou menos no mercado, pagando menos impostos ou taxas de cartão de crédito. Não houve uma grande crise de fato, não como muitos pensam, mas este cidadão deu grandes passos contra a inflação, a taxa de juros, os atravessadores e corruptos que ganham a vida nas costas do trabalhador honesto.
Com o tempo ele aprende a reciclar e compostar seu lixo, começa a colher e armazenar agua da chuva e com isso dá outro grande golpe no sistema, agua é vida, quem controla a agua controla a vida, afinal a mesma agua que chove na represa e que é vendida pra você, também chove em seu telhado. Ele vai se preocupar com segurança e não vai mais ser um alvo tão apetitoso para bandidos, que vão escolher alvos mais fáceis.
Essa gradual evolução, acontece no dia a dia, está em andamento, gerando benefícios visíveis no cotidiano familiar e é muito mais profunda do que ter uma lanterna boa e funcional quando a energia que compramos do estado falha, ter a lanterna, uma boa faca, uma arma para se defender é só arranhar o vidro do sobrevivencialismo.
Como seria um país com muitas pessoas com capacidade de autossuficiência?
O sobrevivencialismo é uma arma estratégica poderosa para o cidadão comum, e vai muito além dos treinamentos de sobrevivência na selva e preparação para um apocalipse que pode ou não acontecer em breve.
Abraços.
Marcio Batata